sábado, 17 de março de 2012

Proibido Fotografar!


Mais papistas que o papa.


Um fotógrafo amador, e falo por experiência própria, se viajar pelos países do Mediterrâneo, europeus, magrebinos e do médio oriente, pode trazer consigo, além dos inevitáveis postais, multimédia e livros turísticos, uma bela colecção de fotografias, segundo a sua visão pessoal e como fruto da alegria de fotografar.


E é com entusiasmo que difunde as imagens, por exemplo em sessões de diapositivos, junto à família e amigos, senão a uma comunidade mais alargada, dos locais que visitou, o que também ajuda a divulgar e a despertar o interesse por esses destinos turísticos.


Esse acervo fotográfico que pode contemplar a Acrópole e o respectivo museu, em Atenas, o museu de Atenas, a Mesquita Azul e a Igreja de Santa Sofia em Istambul, o museu do Cairo, Chartres, os Castelos do Loire, Carcassone, o Louvre, a mesquita de Córdoba, o Alhambra, o museu de Tunes, a Sagrada Família em Barcelona, o museu de Estrasburgo, o Teatro Museu Salvador Dali, a catedral de Albi, o museu de Sevillha, o Vaticano e quase todo o seu museu, a Pinacoteca de Munique, a Eurodisney, o Futuroscópio. . .


Mas... dificilmente, terá continuidade quando entramos em Portugal, particularmente na estação de S. Bento, com os seus painéis de azulejos, na casa-museu do fotógrafo (um parodoxo) Carlos Relvas, no Palácio de Vila Viçosa, em exposições de fotografia (outro grande parodoxo) no Centro Cultural de Belém. . .


Ao interditar o recurso, à máquina fotográfica, pelos turistas e fotógrafos amadores, estes museus e monumentos, privam aqueles, de uma legítima actividade criativa e recreativa.


Obviamente, este tipo de atitudes, para os amantes da fotografia, não deixa muitas saudades, nem cataliza entusiasmos.


Será por medo que as pessoas, depois, não comprem livros ou postais? Nada mais falso pois quem é poupado nas fotografias também é poupado noutras imagens, ao invés de quem fotografa, que, como amante e entusiasta das imagens, que é, não dispensa as ofertas turísticas e culturais a esse nível.
Será com medo que danifiquem as obras de arte? Se mesmo com o uso de flash é discutível, sem aquele não se vislumbra qual o prejuízo.


Por uma questão de segurança? Basta aos mal- intencionados comprarem um catálogo ou consultar livros mais ou menos pormenorizados para ter muita informação documental, complementar, sobre os acervos ou a arquitectura, após a visita ao eventual alvo.


A meu ver uma medida mesquinha, caprichosa e gratuita.


Se o resto dos monumentos, museus, exposições, por esse mundo fora, fosse interdito aos fotógrafos, a História dos grandes nomes da fotografia ficaria extremamente empobrecida. Felizmente que são raros os casos de interdição.


PS. Uma sugestão: Porque não cobrar uma taxa, 50 cêntimos a 1 euro, p. ex., a quem quiser tirar fotografias, à semelhança do que acontece, pontualmente, em um ou outro museu ou
monumento, em alguns países? Sempre seria um acréscimo de divisas sem qualquer custo adicional para esses museus e monumentos.