Mais papistas que o papa.
Um fotógrafo amador, e falo por experiência própria, se viajar pelos países do Mediterrâneo, europeus, magrebinos e do médio oriente, pode trazer consigo, além dos inevitáveis postais, multimédia e livros turísticos, uma bela colecção de fotografias, segundo a sua visão pessoal e como fruto da alegria de fotografar.

Esse acervo fotográfico que pode contemplar a Acrópole e o respectivo museu, em Atenas, o museu de Atenas, a Mesquita Azul e a Igreja de Santa Sofia em Istambul, o museu do Cairo, Chartres, os Castelos do Loire, Carcassone, o Louvre, a mesquita de Córdoba, o Alhambra, o museu de Tunes, a Sagrada Família em Barcelona, o museu de Estrasburgo, o Teatro Museu Salvador Dali, a catedral de Albi, o museu de Sevillha, o Vaticano e quase todo o seu museu, a Pinacoteca de Munique, a Eurodisney, o Futuroscópio. . .
Mas... dificilmente, terá continuidade quando entramos em Portugal, particularmente na estação de S. Bento, com os seus painéis de azulejos, na casa-museu do fotógrafo (um parodoxo) Carlos Relvas, no Palácio de Vila Viçosa, em exposições de fotografia (outro grande parodoxo) no Centro Cultural de Belém. . .
Ao interditar o recurso, à máquina fotográfica, pelos turistas e fotógrafos amadores, estes museus e monumentos, privam aqueles, de uma legítima actividade criativa e recreativa.

Será por medo que as pessoas, depois, não comprem livros ou postais? Nada mais falso pois quem é poupado nas fotografias também é poupado noutras imagens, ao invés de quem fotografa, que, como amante e entusiasta das imagens, que é, não dispensa as ofertas turísticas e culturais a esse nível.
Será com medo que danifiquem as obras de arte? Se mesmo com o uso de flash é discutível, sem aquele não se vislumbra qual o prejuízo.
Por uma questão de segurança? Basta aos mal- intencionados comprarem um catálogo ou consultar livros mais ou menos pormenorizados para ter muita informação documental, complementar, sobre os acervos ou a arquitectura, após a visita ao eventual alvo.

Se o resto dos monumentos, museus, exposições, por esse mundo fora, fosse interdito aos fotógrafos, a História dos grandes nomes da fotografia ficaria extremamente empobrecida. Felizmente que são raros os casos de interdição.
PS. Uma sugestão: Porque não cobrar uma taxa, 50 cêntimos a 1 euro, p. ex., a quem quiser tirar fotografias, à semelhança do que acontece, pontualmente, em um ou outro museu ou
monumento, em alguns países? Sempre seria um acréscimo de divisas sem qualquer custo adicional para esses museus e monumentos.